O Grande Desafio

Olá, me chamo Carlos Montero e nasci de pais operários. Aprendi a caminhar no bairro pobre e afastado de “La Teja” em Montevidéu, Uruguai.
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430 milhões de latino-americanos - uns 68% - são pobres pois ganham menos de 10 dólares por dia. Porém nem todos os pobres têm condições iguais para aproveitar as oportunidades. Estão os indigentes abaixo de 2,5 dólares ao dia e pobres moderados abaixo de 4 dólares.
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Aos 14 anos me vi obrigado a trabalhar para estudar. Minha família me transmitiu cultura de esforço e ascensão. Isso me fazia um vulnerável que não queria caridade, mas oportunidade.
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Quatro de cada 10 latino-americanos são vulneráveis, têm cultura de esforço e aspiração de ascensão, mas lhe faltam completar os estudos para serem empregáveis
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13 milhões deixam os estudos por trabalho infantil e para ajudar a família. Outros 20 milhões abandonam o colégio e tampouco conseguem um trabalho. Ou são empregados informais com baixo salário por não ter formação.
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Meus primeiros trabalhos foram de vendedor ambulante de livros, cobrador de serviços odontológicos de porta em porta ou limpar excrementos de cachorro, em outras palavras, de qualquer tarefa decente que pagasse. E todos de maneira informal e sem direito social algum.
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Como os meus, 47% dos empregos na América Latina são precários e mal pagos.130 milhões sem seguro social são vulneráveis à exploração laboral.
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Aos 16 anos tive meu primeiro emprego formal, mas trabalhava 9 horas diárias. Depois ia ao colégio noturno até meia-noite para continuar aprendendo. Abandonei e retomei os estudos duas vezes até terminar o ensino secundário e ir à Universidade. Apesar de ser grátis, os filhos de operários chegavam a apenas um por cento.
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As Nações Unidas dizem que “quando os jovens não têm um trabalho digno ao iniciar sua vida laboral, o normal é que caiam no desemprego”
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Mesmo sabendo um idioma e com o bacharelado completo, trabalhei carregando frascos de tinta para pagar meus estudos de Jornalismo. Porém com perseverança e motivação da família, cada trabalho me dava as referências para abrir as seguintes tarefas e continuar me formando como licenciado até chegar a chefe do boletim de notícias de rádio e chefe da redação de revistas
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Comecei a entender a vital importância da rede familiar, da educação para emprego de qualidade quando ganhei o Prêmio Nacional de Jornalismo no exterior como correspondente internacional.
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Meu antigo amigo Luciano, inventor e empresário, com quem lancei um serviço radialista na América Latina, me desafiou 30 anos depois com uma pergunta vital que nos tem levado a desenvolver um ecossistema ressonante com programas que proporcionem ferramentas materiais, de conhecimento e digitais para reduzir vulnerabilidades.
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Hoje sou o diretor de pesquisa da Fundação GANYDAR e peço a você que se una a nós para criarmos juntos oportunidades para jovens vulneráveis, como eu fui, para seu desenvolvimento pessoal e para que comunidades latino-americanas aproveitem a potencial riqueza de suas novas gerações.